Lula, profeta do passado, consciente que os servidores públicos estão com os salários defasados, havia mandado contraírem empréstimos junto aos bancos oficiais, para serem consignados em folha de pagamento. A proposta ganhou capa da Zero Hora, em abril passado. Como se quem contraísse dívidas não precisasse pagar, dando a impressão que empréstimo substitui renda. Aí vem o STJ e decide que o desconto em folha salarial de empréstimo bancário é abusivo, pois atende interesse de natureza distinta. Entende aquela corte que o servidor tem poder de cancelar o desconto em folha.
No mês seguinte, maio de 2004, seguindo a mesma trilha, na mesma linguagem mercantilista, veio com aquela história de "shopping de oportunidades" comerciais com a China.
Agora, julho, quando a campanha está nas ruas, lá vem Lula de novo, dizendo que o "sistema financeiro pratica juros escorchantes". Quer boicote aos cartões de crédito. Bingo. Se fosse assim tão fácil, Lula determinaria juros zero nos bancos oficiais, afinal Banco do Brasil e Caixa continuam sendo federais.
O "cheque azul" da Caixa e o "cheque ouro" do Banco do Brasil continuam cobrando "juros escorchantes". E mesmo os empréstimos consignados em folha, que baixaram para 1,8%, continuam altos, se considerarmos a inflação.
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