28 de set. de 2015

Luizmuller's Blog | Espaço de divulgação de textos e ações que defendem trabalho decente no Rio Grande e no Brasil

"Aventuras de Zé Lotes, repórter da Rede Baita Sol (Por Juremir Machado)"



Zero Hora
O mais novo repórter da Rede Baita Sol, de Palomas, é o Zé Lotes. Recém-contratado para atuar em todos os veículos da empresa, Rádio Gaudéria, Diário Gaudério, TV Gaudéria e jornal Meia-Noite, por falta de luz, Zé Lotes paga mico pelo seu idealismo e pela sua ingenuidade. Sonha com grandes manchetes, “furos” de repercussão internacional e reportagens capazes de derrubar um presidente. Leu tudo sobre os jornalistas do caso Watergate. Zé Lotes é puro entusiasmo. Sente-se um missionário da verdade e da informação. Outro dia, chegou esbaforido à redação e quase gritou “parem as máquinas”.
– Tenho uma bomba – disse.
– Quem bomba é essa? – inquietou-se o chefe.
– Uma mega-bomba.
– Já te disse para evitar superlativos. Objetividade, piá. Que bomba é essa?
– Uma operação…
– Ai, ai, ai. Que operação?
– Propina para pagar menos impostos de grandes empresas.
– Esquece, Zé Lotes. Sepulta.
– Como?
– Sonega.
– Sim, é disso que estou falando, sonegação.
– Esquece. Deleta.
– Mas é verdade!
– Só nega, guri.
Zé Lotes coçou a cabeça, ficou vermelho, gaguejou por segundos intermináveis. Parecia à beira de uma apoplexia. O chefe permaneceu impassível. Limpava uma unha minuciosamente.
– Como fica o nosso compromisso de dizer a verdade?
– Diz uma parte.
– Que parte?
– Dez por cento.
O guri engasgou. Ficou olhando para o chefe como se acabasse de ter perdido a virgindade. Depois de algum tempo, a cor voltou ao seu rosto. Aí ele falou bem baixinho.
– O senhor tem certeza?
– Não me chame de senhor. Sou o Chuck.
– Chuck?
– Não te mostraram na faculdade A montanha dos sete abutres?
– Sim, mostraram, com o Kirk Douglas. Mas o Chuck era um canalha.
– Depende do ponto de vista.
– Sério?
– Como a sonegação.
– Sério mesmo?
– Na Rede Baita Sol, achamos que sonegar é um ato de legítima defesa. Entregar dinheiro para o governo é burrice. O retorno é muito baixo. Precisamos nos defender desse roubo.
– Inclusive sonegar informação, Chuck? – atreveu-se Zé Lotes.
– Chamamos isso de seleção.
Zé Lotes voltou para casa totalmente desasado. Entrou no pequeno apartamento, dividido com o amigo Lava-Jato, frentista num posto de gasolina, arrastando dolorosamente os pés, meio descadeirado, como se estivesse com um pneu furado. Lavo-Jato tomou um susto.
– Até parece que te pegaram por trás, Zé Lotes.
– Foi. Sem lubrificante.

17 de set. de 2015

Altamiro Borges: O fio condutor que leva de Vargas a Dilma

Altamiro Borges: O fio condutor que leva de Vargas a Dilma: "O fio condutor que leva de Vargas a Dilma"

O fio condutor que leva de Vargas a Dilma

Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:


A advogada Maria Goretti reproduziu no Facebook um recorte do Zero Hora de pouco depois do golpe de 1964, quando o diário gaúcho ainda era propriedade de Ary de Carvalho - em 1970, a família Sirotski adquiriu o controle completo da empresa que deu origem a seu império no Sul, a RBS.


A RBS é aquela que foi pega com a boca na botija na Operação Zelotes, acusada de fraudar processos tributários para sonegar impostos. Valor total do rombo que teria sido causado em 74 processos de várias empresas: R$ 21 bilhões! Trata-se de corrupção do mesmo quilate da qual são acusadas as empreiteiras na Operação Lava Jato.

A RBS fica sob as asas da nave-mãe, a Globo, multada pela Receita Federal em mais de R$ 600 milhões por uma operação envolvendo uma empresa de fachada, a Empire, nas ilhas Virgens Britânicas.

Segundo o auditor da Receita, a Globo fez um “investimento” na Empire e usou o capital para comprar os direitos de transmissão da Copa do Mundo, com isso deixando de pagar os impostos devidos no Brasil.

São estes aí - RBS e Globo - que clamam contra novos impostos, especialmente - Deus me livre! - sobre os ricos. Propugnam, ao invés disso, pelo corte dos programas sociais.

Voltemos ao recorte do Zero Hora.

Segundo a lógica do jornal, os comunistas promoviam a inflação galopante no governo de João Goulart com o objetivo de “levar você ao desespero e à adesão às violências do comunismo”.

Que plano diabólico!

Por essa lógica, vai ver que José Sarney, quando ocupava o Planalto com inflação de 1.000% ao mês, recebia ouro de Moscou sem que a gente soubesse.

O fato é que João Goulart caiu em 1964 por propor as reformas de base. Ponto. Eram reformas tímidas. Porém, além de ameaçar os latifundiários locais, contradiziam o que o capitalismo precisava em países periféricos: salários baixos, mão-de-obra sob controle e remessa de lucros à vontade, das empresas multinacionais a seus países de origem.

Goulart não era comunista, longe disso. Na tradição de Getúlio Vargas, era um reformista, na mesma linha de Lula e Dilma. No caso dos petistas, “reformismo fraco”, nas palavras do economista Marcio Pochmann: longe de tocar em privilégios num dos países mais desiguais do planeta, o reformismo do PT permitiu aos de cima lucros e benesses extraordinárias do Estado. Ou seja, muitos daqueles que hoje denunciam Dilma por “destruir a economia” tiraram proveito, via desonerações, da “destruição”.

Os jovens - que obviamente não viveram sob Vargas, Goulart ou sob a ditadura militar - têm grande dificuldade de compreender este fio condutor que liga os trabalhistas e os anti-trabalhistas na política brasileira. É mesmo difícil, a não ser para quem tenha vivido ou lido muito a respeito, identificar a continuidade - cheia de nuances, é óbvio - entre UDN/PSDB e PTB/PT, com o PMDB fazendo o papel de fiel da balança, o PSD.

Mais difícil ainda, por falta de acesso aos arquivos dos jornais e emissoras de rádio e TV da época, saber que sob o “mar de lama” - do qual Getúlio Vargas era acusado por Carlos Lacerda - estavam os verdadeiros alvos dos anti-trabalhistas, da Petrobras à Consolidação das Leis de Trabalho (CLT); sob o “anarcosindicalismo” de João Goulart, tão denunciado na imprensa, com amplo financiamento dos Estados Unidos via IPES, estava o presidente que quando ministro de Vargas ousara propor aumento do miserável salário mínimo em 100%; sob os “maiores escândalos de corrupção da História do Universo”, de Lula e Dilma, se escondem o ódio de classe dos que agora penam para encontrar serviçais domésticos, a turma que rejeita o Bolsa Esmola como “assistencialismo” e vê aturdida a infiltração vermelha - de negros comunistas! - através do Mais Médicos.

Da mesma forma, existe uma linha tênue ligando os que não reproduziram o discurso dos barões da mídia: Samuel Wainer, que com seu jornal Última Hora apoiou Vargas, foi investigado numa CPI e teve seus anunciantes publicamente denunciados; Mário Wallace Simonsen, da TV Excelsior, que noticiou o golpe como golpe - e não Revolução - teve seu império destroçado por concorrentes; e os blogueiros, nos dias de hoje, são igualmente criminalizados, enquanto a Globo embolsa R$ 6,2 bilhões em dinheiro público em 12 anos de governos petistas. É “estado máximo” para os herdeiros de Roberto Marinho e “estado mínimo” para os outros.

Por isso, para os jovens, a leitura de O Quarto Poder, de Paulo Henrique Amorim, é altamente recomendável. Didaticamente, ele demonstra como o golpismo está no DNA dos barões da mídia brasileira desde sempre, afinados exclusivamente com os interesses do capital - especialmente o próprio.

Qual foi a justificativa da Folha de S. Paulo para a quartelada do primeiro de abril de 1964?

PHA reproduz texto do editorial Em defesa da lei.

São claros os termos do manifesto do comandante do II Exército. Não houve rebelião contra lei, mas uma tomada de posição em favor da lei. Na verdade, as Forças Armadas destinaram-se a defender a pátria e garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem.

Ou seja, aqueles tanques que desceram de Minas para o Rio de Janeiro foram uma ilusão de ótica. Não teve golpe.

Mais de 50 anos se passaram e pouco mudou na Barão de Limeira.

A família Frias, que promoveu, apoiou e lucrou com a ditadura militar, é a mesmíssima que dá um ultimato à presidente eleita pela maioria dos brasileiros, com o sugestivo título deÚltima Chance.

O que disse Roberto Marinho, o da nave-mãe, em 1964?

A legalidade não poderia ser a garantia da subversão, a escora dos agitadores, o anteparo da desordem.

Pois é, outro que não viu o golpe! Justo ele, um dos arquitetos da “legalidade” que sucedeu Goulart e resultou em censura e tortura.

Roberto Marinho, o homem que inventou o Operário Padrão, que aparecia com grande destaque recebendo seu prêmio no Jornal Nacional, descrito assim pela pesquisadora Daniela de Campos:

O Concurso Operário Padrão, primeiramente uma iniciativa exclusiva do jornal O Globo, iniciou ainda na década de 1950, circunscrito ao estado do Rio de Janeiro. Na década seguinte, sob a ditadura militar, o Serviço Social da Indústria – SESI alia-se ao jornal para tornar a campanha nacional. Em 1965 firmou-se o acordo definitivo entre o SESI e o Globo para a promoção anual do concurso. Segundo Weinstein (2000), após 1964, o SESI pouco inovou em programas e ações voltadas ao trabalhador. Sua inserção no concurso para premiar um operário modelo foi uma das poucas inovações implantadas após o golpe militar, uma vez que o contexto político favorecia esse tipo de investida. Para a entidade empresarial essa Campanha se configurava num “veículo conveniente para um discurso que enfatizava o esforço individual e a cooperação com o patrão como a chave da ascensão social para os operários” (Weinstein, 2000: 351).

O trabalhador como um “colaborador” dócil, é o resumo do que buscavam contra Vargas, Jango e mais recentemente Lula e Dilma. Aquele mesmo, cujas passeatas hoje “atrapalham o trânsito”.

A campanha do impeachment é contra o que restou de “trabalhismo” no governo Dilma. É para espetar a conta da crise integralmente nas costas do Operário Padrão.

É justamente por isso que, hoje, a mesma mídia que denunciava Vargas não esclarece que a campanha pelo impeachment de um governo eleito pela maioria é patrocinada por Aécio Furnas NevesRonaldo Cachoeira Caiado,Agripino Detran MaiaEduardo Lava Jato Cunha eAloysio 200 mil em cash Nunes, dentre outros.

Afinal, estão todos - inclusive os sonegadores da Globo e da RBS - contra o “mar de lama” e em defesa do Operário Padrão. Ontem, hoje e sempre.

Aqui, um pouco da história do capitalista que o golpe de 64 destruiu com requintes de crueldade:

16 de set. de 2015

Ficha Corrida | … dos grupos mafiomidiáticos!

Ficha Corrida | … dos grupos mafiomidiáticos!: "FinanCIAdores ideológicos da perseguição à Lula"

FinanCIAdores ideológicos da perseguição à Lula

anaueOs grandes veículos de comunicação publicam para agradar quem os finanCIAm. Por isso, em nenhum destes veículos encontrará algum tipo de cobrança à Volkswagen por ter participado ativamente na ditadura. Seria mero acaso a atual aliança da Volks com a CBF, outra entidade íntegra…
A Volks, assim como outros 70 grandes empresas brasileiras, se aliaram aos ditadores para imporem violência e morte aos brasileiros. São os mesmos que finanCIAm o MBL.
Há um documentário que mostra como a CIA funcionava na América Latina: “Inimigo do meu inimigo”. Por meio deste documentário fica-se sabendo que Klaus Barbie, o açougueiro de Lyon, foi recrutado pela CIA para desestabilizar governos populares na América Latina.
Já em 2005 o melhor jornal argentino, Pagina12, denunciava: “En los ’60 y ’70, empresas de primera línea cooperaron con las dictaduras de Brasil y Argentina para reprimir a sindicalistas.” No Brasil, quando se trata de punir criminosos há sempre a possibilidade de eles contarem com um Geraldo Brindeiro, umGilmar Mendes ou um Rodrigo de Grandis para a impunidade.
A matriz paulista do nazi-fascismo
No Brasil não foi diferente. Além das 6 malas de dólares com que a CIA, via FIESP, comprou o General Amaury Kruel, também houve a participação direta do chefe do campo de extermínio de Treblinka durante o nazismo, Franz Paul Stangl, via Volkswagen, no Dops paulista.
Não é mera coincidência que o maior foco golpista esteja em São Paulo. Lembremos do sequestro do Abílio Diniz, quando a polícia paulista vestiu a camisa do PT no sequestrador para botar a culpa no Lula. O então presidente da FIESP, Mário Amato, falou que “Se Lula for eleito, 800 mil empresários deixarão o País.” O movimento CANSEI, do João Dória Jr, também patrocinado pela Philips, também é de São Paulo. O MBL é da terra da garoa. Sem contar a TFP do Plínio Corrêa de Oliveira e o movimento integralista, do Plinio SalgadoOs reis dos camarotes vips do Itaquerão, que xingaram Dilma na abertura da Copa do Mundo de 2014, foram patrocinados por ilustres empresas paulistas: AMBEVMultilaser e Banco Itaú.

Volkswagen será denunciada ao Ministério Público Federal por colaborar com a ditadura

Metalúrgicos são rendidos e presos por fazerem greve, durante os anos de chumbo da ditadura. ICONOGRAPHIA/MEMORIAL DA DEMOCRACIA
Metalúrgicos são rendidos e presos por fazerem greve, durante os anos de chumbo da ditadura. ICONOGRAPHIA/MEMORIAL DA DEMOCRACIA
Da RBA
A Volkswagen será denunciada ao Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo, na próxima terça-feira (22), por colaboração e apoio à repressão durante a ditadura civil-militar de 1964. O coletivo Memória, Verdade, Justiça e Reparação, formado por integrantes de centrais sindicais, movimentos sociais e outras entidades, farão a denúncia com base em documentos que comprovam a participação da montadora em casos de tortura e violação dos direitos dos trabalhadores.
A expectativa é que o MPF aceite a denúncia e que a empresa reconheça sua responsabilidade institucional, por meio de pedido de desculpas e indenização das vítimas. Processo semelhante foi adotado por outros países, como a Argentina e a Alemanha, por exemplo.
Em entrevista à repórter Camila Salmazio, da Rádio Brasil Atual, Álvaro Egea, advogado e secretário da CSB, relata vários episódios em que a empresa agiu em apoio à repressão. Um dos casos envolveu o ferramenteiro Lúcio Belantani, que foi detido sob acusação de conspirar contra o regime, e começou a ser torturado ainda nas dependências da montadora. Egea conta que Lúcio ficou 42 dias preso e incomunicável nas dependências do Dops, e era levado à fábrica para que delatasse os demais companheiros, tudo isso com a anuência do chefe de segurança da Volkswagen.
“É importante que uma grande corporação como a Volkswagen, que tem muitos acionistas na Alemanha que vão acompanhar isso, seja chamada à responsabilidade. Primeiro, para reconhecer os seus erros; segundo, para pedir desculpas, pedir perdão aos trabalhadores e ao povo brasileiro, e por fim, para indenizar suas vítimas”, detalha o advogado.
O coletivo também confirmou a existência de uma lista de nomes de lideranças sindicais ativas na luta contra a repressão, que era compartilhada pelas empresas do cinturão industrial de São Paulo, para impedir que conseguissem empregos. Segundo Egea, além de fazer uso dessa lista, a Volkswagen “secretariava” as reuniões em que os nomes eram discutidos. “Há evidências documentais muito concretas da participação da Volkswagen não só na repressão dos seus trabalhadores, mas como na delação e colaboração estreita com os órgãos de repressão.”
O trabalho do coletivo é realizado desde janeiro, dando continuidade às apurações realizadas no âmbito da Comissão Nacional da Verdade, que investigou crimes e violações cometidas durante a ditadura civil-militar também no movimento sindical.
Para Egea, ações como as denúncias propostas agora contra a Volkswagen, que visa a identificar e responsabilizar responsáveis por torturas, é uma forma de completar o processo de transição da ditadura para a democracia. Ele pede também que o Supremo Tribunal Federal reveja a interpretação da Lei da Anistia, para que os torturadores sejam punidos. O advogado diz ainda que outras empresas, como a Petrobras, a Embraer, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, de Santos) e o Metrô de São Paulo também devem ser denunciados por colaboração.
“A democracia formal foi conquista. Agora, a punição aos torturadores, o processo de busca da verdade, o processo de preservação dessa memória, de autoeducação da sociedade brasileira, esse processo ainda está em curso.”

15 de set. de 2015

Eh São Paulo

Conheça a corrupção que, para os golpistas, é uma bênção

psdb tremsalãoComo diriam Alvarenga e Ranchinho:
Êh, êh, êh São Paulo
Êh São Paulo
São Paulo da garoa
São Paulo da corrupção boa

Trensalão: MP pede devolução de R$ 918 milhões e dissolução de nove empresas

Postado em 11 de setembro de 2015 às 6:45 pm
Do G1:
O Ministério Público do Estado de São Paulo propôs nesta sexta-feira (11) a terceira ação civil pública relacionada à suspeita de cartel em licitações do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Desta vez, a ação é contra a CPTM e nove empresas e está ligada a uma licitação de manutenção de trens firmada em 2007.
Os promotores pedem a devolução de R$ 918 milhões aos cofres públicos e a dissolução das nove empresas, que não poderiam mais atuar no Brasil.
As outras duas ações propostas estão em andamento na Justiça. Uma delas é referente às linhas 1 e 3 do Metrô, e a outra também está relacionada à manutenção de trens da CPTM. Algumas empresas são citadas nas três ações. A suspeita é que elas combinavam as propostas que apresentariam em concorrências públicas e direcionavam os vencedores de cada licitação.
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Danos morais
O valor de R$ 918 milhões que os promotores querem de volta é referente aos contratos e à multa de danos morais “suportados por toda a sociedade”, como diz o texto da ação. Os contratos foram firmados em 2007, quando o governador do estado era José Serra (PSDB).
O MP também pede que haja a dissolução das empresas, o que é um pedido para que elas não atuem mais no Brasil.
São elas: Siemens, Alstom, CAF Brasil Indústria e Comércio, Trans Sistemas de Transportes, Bombardier Transportation, MGE, Temoinsa do Brasil, Empresa Tejofran de Saneamento e Serviços e MPE.

A Síria é aqui em São Paulo | Ficha Corrida

A Síria é aqui em São Paulo | Ficha Corrida:



A Síria é aqui em São Paulo

Filed under: FHC,Geraldo Alckmin,Instituto Millenium,PSDB,Violência — Gilmar Crestani @ 7:43 am 
Tags: 
pinheirinho-240112-alckminA imagem do menino sírio morto nas praias da Turquia chocou o mundo. É que o “mundo” não está acostumado a ver na capa dos jornais e revistas os nossos meninos de periferia. Eles só aparecem quando se quer detonar uma “boca de fumo”. Os “aviõezinhos”  são caçados como bandidos. Os donos do helipóptero com 450 kg de cocaína continuam vivendo em paz como se nada tivesse acontecido.
Todo dia algum jovem de periferia é morto devido ao consumo de drogas. No entanto, temos um ex-presidente que só faz duas coisas na vida: destila inveja pelos jornais onde tem espaço cativo, a pela liberação da maconha. Assim, faz todo sentido que o governado do PSDB distribua milhares de assinaturas da VejaEstadão, Folha nas escolas públicas, que pague R$ 70 mil reais por mês aos Fernando Gouveia; que gaste mais de R$ 1,5 milhões com o notório parceiro do Marco Polo del Nero, José Maria Marin e Ricardo TeixeiraJoão Dória Jr. Faz todo sentido que o PSDB tenha cobertura de parcela do Poder Judiciário, dos Rodrigo de Grandis, dos Gilmar Mendes. Enquanto isso, quem paga o preço são os pobres da periferia.
Não é mera coincidência que Geraldo Alckmin prefira sentar com os donos do helicoca, com Marcola, chefe do PCC, do que com os jovens dos rolezinhos
Como escreveu hoje o Marcelo Freixo na Folha: “Nossos imigrantes são os intoleráveis jovens da periferia
ENTREVISTA – JULIO CESAR FERNANDES NEVES, 61

Óbvio que tenho medo de policiais assassinos

Ouvidor diz que número de vítimas da polícia é ‘anormal’ e que poucos PMs são levados a júri e condenados em SP
DE SÃO PAULO
Segundo o ouvidor da Polícia de São Paulo, Julio Cesar Fernandes Neves, mesmo não preparada internamente para isso, a Polícia Militar deve iniciar um debate público para discutir seus métodos.
Responsável por encaminhar denúncias contra as polícias, ele admite que teme sofrer represálias.
A seguir, trechos de sua entrevista à Folha:
Folha – A Polícia Militar está fora do controle?
Julio Cesar Fernandes Neves – O que acontece ocorre há algum tempo, só que, agora, às vistas de toda a nação. Esses PMs [flagrados matando dois suspeitos no Butantã] tiveram a infelicidade, para eles, e por felicidade do povo, de serem filmados. Essas imagens confirmam que essas coisas vinha ocorrendo e muitas instituições não queriam enxergar.
Quais instituições não queriam enxergar?
Várias ocorrências [contra policiais] no Fórum da Barra Funda são arquivadas. Mais do que isso: quando denunciados e vão a júri popular, muitas vezes o promotor pede a absolvição. A vítima, a pessoa que morre, é transformada em réu. Sempre houve algum argumento para o policial ser absolvido no tribunal do júri, poucos são condenados.
O sr. inclui o governo entre as instituições que não queriam enxergar? Por exemplo, PMs suspeitos de atuar na última chacina estão trabalhando normalmente. Não falta rigor?
Em outras épocas, todos os policiais que cometiam um delito eram imediatamente afastados. Por precaução e até para preservar a instituição. Isso parou e tem de ser feito. Qualquer acusado de homicídio deve ser afastado para se apurar o que ocorreu.
Há paralelo entre essas mortes e a chacina?
Vejo paralelo no motivo de o policial matar. O PM que mata está na realidade prendendo, fazendo a instrução criminal, dando uma sentença de morte e ele próprio executa a sentença. Por que ele faz isso? Na sociedade existe o sentimento de que bandido bom é bandido morto. O PM que está disposto a fazer justiça com as próprias mãos tem liberdade para matar.
Há um grupo de extermínio na polícia?
Já recebi denúncias de que existe e peço que seja investigado. Não dá para não acreditar que não exista um grupo organizado no Estado praticando essas execuções quando, no ano passado, tivemos 801 vítimas. É uma coisa anormal, que escapa do bom senso de qualquer cidadão comum. Neste ano já não são mais de 400 vítimas, só em confrontos?
O sr. teme sofrer represália por combater PMs assassinos?
Claro que todo mundo tem sentimento de medo. Procuro ter discernimento e não errar em relação aos policiais. Quando tenho a sensação de que estou falando a realidade, não estou cometendo injustiça ou induzindo ao erro, o temor desaparece. Mas óbvio que tenho medo de pessoas que possam interpretar de outra forma e achar que também elas possam fazer justiça e eu sofrer uma represália que não merecia.
A PM está preparada para mudanças?
Não, ninguém quer discutir. Mas mesmo não tendo disposição, ela será obrigada a fazer isso. A estrutura da PM segue a mesma desde a ditadura, ela ainda trabalha como a ideia de guerra, de um inimigo, só que hoje contra o pobre da periferia. Essa cultura tem que ser alterada, o regime militar continua.
Se ficar comprovado que superiores desses PMs [que mataram os suspeitos no Butantã] tinham conhecimento, foram omissos e concordaram com as ações, isso coloca a sobrevivência da PM em xeque. O governante também será obrigado a agir.

A Síria é aqui

Óbvio que tenho medo de policiais assassinos - 15/09/2015 - Cotidiano - Folha de S.Paulo: "ENTREVISTA - JULIO CESAR FERNANDES NEVES, 61

Óbvio que tenho medo de policiais assassinos
Ouvidor diz que número de vítimas da polícia é 'anormal' e que poucos PMs são levados a júri e condenados em SP

DE SÃO PAULO
Segundo o ouvidor da Polícia de São Paulo, Julio Cesar Fernandes Neves, mesmo não preparada internamente para isso, a Polícia Militar deve iniciar um debate público para discutir seus métodos.

Responsável por encaminhar denúncias contra as polícias, ele admite que teme sofrer represálias.

A seguir, trechos de sua entrevista à Folha:

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Folha - A Polícia Militar está fora do controle?
Julio Cesar Fernandes Neves - O que acontece ocorre há algum tempo, só que, agora, às vistas de toda a nação. Esses PMs [flagrados matando dois suspeitos no Butantã] tiveram a infelicidade, para eles, e por felicidade do povo, de serem filmados. Essas imagens confirmam que essas coisas vinha ocorrendo e muitas instituições não queriam enxergar.

Quais instituições não queriam enxergar?
Várias ocorrências [contra policiais] no Fórum da Barra Funda são arquivadas. Mais do que isso: quando denunciados e vão a júri popular, muitas vezes o promotor pede a absolvição. A vítima, a pessoa que morre, é transformada em réu. Sempre houve algum argumento para o policial ser absolvido no tribunal do júri, poucos são condenados.

O sr. inclui o governo entre as instituições que não queriam enxergar? Por exemplo, PMs suspeitos de atuar na última chacina estão trabalhando normalmente. Não falta rigor?
Em outras épocas, todos os policiais que cometiam um delito eram imediatamente afastados. Por precaução e até para preservar a instituição. Isso parou e tem de ser feito. Qualquer acusado de homicídio deve ser afastado para se apurar o que ocorreu.

Há paralelo entre essas mortes e a chacina?
Vejo paralelo no motivo de o policial matar. O PM que mata está na realidade prendendo, fazendo a instrução criminal, dando uma sentença de morte e ele próprio executa a sentença. Por que ele faz isso? Na sociedade existe o sentimento de que bandido bom é bandido morto. O PM que está disposto a fazer justiça com as próprias mãos tem liberdade para matar.

Há um grupo de extermínio na polícia?
Já recebi denúncias de que existe e peço que seja investigado. Não dá para não acreditar que não exista um grupo organizado no Estado praticando essas execuções quando, no ano passado, tivemos 801 vítimas. É uma coisa anormal, que escapa do bom senso de qualquer cidadão comum. Neste ano já não são mais de 400 vítimas, só em confrontos?

O sr. teme sofrer represália por combater PMs assassinos?
Claro que todo mundo tem sentimento de medo. Procuro ter discernimento e não errar em relação aos policiais. Quando tenho a sensação de que estou falando a realidade, não estou cometendo injustiça ou induzindo ao erro, o temor desaparece. Mas óbvio que tenho medo de pessoas que possam interpretar de outra forma e achar que também elas possam fazer justiça e eu sofrer uma represália que não merecia.

A PM está preparada para mudanças?
Não, ninguém quer discutir. Mas mesmo não tendo disposição, ela será obrigada a fazer isso. A estrutura da PM segue a mesma desde a ditadura, ela ainda trabalha como a ideia de guerra, de um inimigo, só que hoje contra o pobre da periferia. Essa cultura tem que ser alterada, o regime militar continua.

Se ficar comprovado que superiores desses PMs [que mataram os suspeitos no Butantã] tinham conhecimento, foram omissos e concordaram com as ações, isso coloca a sobrevivência da PM em xeque. O governante também será obrigado a agir.

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