Os mistérios de um grupo chamado RBS!
A Misteriosa Zero Hora
A volta o padrão Sirotski de jornalismo, que encerra no fato o agente do evento. Foi assinam também naquilo que a RBS batizou de "Caso Detran". Lá como cá, não há agente. O Detran foi considerado pelos mais diversos funcionários da RBS, o grande culpado pelos desvios. Havia todo um contorcionismo verbal para esconder dos gaúchos os agentes responsáveis pelos desvios. Agora chegou a vez da Rua Hoffmann pagar pelo assassinato de Eliseu Santos.
Em ambos os casos, não há agentes, não há circunstâncias, não há contextualização. Como diz a matéria de capa de Zero Hora deste domingo, 28/02/2010, há "O Mistério da Rua Hoffamann", "um crime que chocou o Estado"!
Cadê o Nilson Mariano, o Carlos Wagner para fazerem reporcagens investigativas?
Para acusarem o MST reviram até o lixo, mas para informarem a respeito do assassinato de um Secretário do Governo Fogaça não mexem uma tecla? Muito estranho o comportamento da RBS.
Embora tenha "chocado" o RS, não há matérias complementares sobre a atuação política do falecido que possam ajudar a entender a personalidade da vítima, ou ajudar na elucidação de eventual conexão política. Zero Hora dominical não toca na questão que teria levado a empresa Reação a denunciar cobrança de propina por parte de correligionário e subordinado de Eliseu Santos. Tampouco lembra os leitores da existência da Operação Pathos da Polícia Federal, nem da denúncia envolvendo a empresa Sollus na Secretaria de que Eliseu era titular.
A editora de polícia de Zero Hora, a abelhinha encarregada de polinizar as flores da direita guasca, Rosane de Oliveira, conseguiu revelar detalhes imprescindíveis aos esclarecimentos dos fatos: "Poucas vezes José Fogaça ficou tão abalado".
Até que enfim algo abala a lesma administrativa. Pelo menos um assassinato tira o prefeito de sua letargia.
Fiquei curioso em saber quais foram os outros fatos que abalaram o prefeito Fogaça. Rosane não revela, mas suspeito que tenha sido o terremoto do Chile. Ou teria sido a morte de Marcelo Cavalcanti? O ex-funcionário da RBS, encastelado no paço municipal, também pode ter ficado abalado por motivos que a Rosane sabe mas não quer revelar.
Para algo que choca um Estado, Zero Hora dedica poucas páginas e menos perguntas ainda. Parece até que já tem resposta, mas que revelar chocaria ainda mais os gaúchos. O tom da cobertura da RBS poderia ter rendido, se é que
ainda não vá render, uma manchete do tipo: Fogaça ganha seu mártir!
Não é de admirar que a RBS tenha sido "furada" pela FSP na cobertura da CPI da Corrupção. Essa displicência na cobertura de fatos desabonadores a seus ex-funcionários também está chocando o Estado. Por tudo isso faz-se urgente uma luta pela implantação da liberdade de expressão aqui no RS. Não é mais possível convivermos com esta falta de informação.
Alguém, talvez a misteriosa Rua Hoffamann, esteja cerceando a RBS de informar corretamente seus leitores.
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