23 de dez. de 2010

A máfia do osso

PIGUm celetista da Folha de São Paulo pensa ter encontrado (+) uma forma de atacar Lula. Fernando Rodrigues escreveu no jornal do seu Frias: “Nunca é demais lembrar que (Lula) foi o mandatário que mais bem (sic) utilizou a comunicação de massas. (...) Quando assumiu, em 2003, havia 499 veículos recebendo dinheiro para veicular propagandas do governo. Em 2008, já eram 5.297 jornais, revistas, portais de internet, rádios e TVs desfrutando desse auxílio luxuoso”. A informação é incompleta. Um copo meio vazio. E sabe-se que meia verdade pode constituir-se numa mentira inteira.

O que está em jogo é a briga de cachorro pelo osso governamental. São exatamente aquelas pessoas que defendem a iniciativa privada mas que são sustentadas pela publicidade obrigatória e da cooptação pela  distribuição de publicidade oficial. E a briga pela reserva de mercado lembra as disputas mafiosas

Os 449 veículos que recebiam de forma exclusiva a propaganda do governo anterior pertenciam a quantas famílias?  No RS, 80% dos veículos pertencem a famiglia Sirotsky. E em Santa Catarina? Quantos veículos tem a Globo? E Record? E a Band? Então porque não simplificar: 05 (cinco) famiglias recebiam toda a publicidade do governo prof. Cardoso. Eram cinco (Frias, Mesquita, Marinho, Sirotsky, Civita). E Lula simplesmente estendeu a “bolsa família”,´ponde leite na mamadeira de outras crianças…

Quem não chora, não mama.

Eles, os beneficiários de sempre, têm razão em reclamar. Lembro de que esta tentativa de “espraiar” a distribuição de verbas da publicidade governamental começou com Olívio Dutra. A justificativa é tão singela tanto quanto sua verdade. Se uma estrada está sendo construída em Cacimbinhas, porque o edital tem de ser publicado na Zero Hora? O jornal semanal de Cacimbinhas não atende melhor a  seu público? A criação do Campus da UERGS nas Missões precisa ser divulgado somente através da  RBS? Por que as rádios e jornais das Missões não seriam também veículos apropriados para fazerem a divulgação. O modelo concentrador, que Fernando Rodrigues defende, tirou da miséria e transformou em donos do Brasil, durante a ditadura, não mais que cinco famiglias, hoje reunidas entrono da facção Instituto Millenium.

Quem melhor que o saite Praia de Xangri-Lá para falar da praia de Xangrilá? Ou O Informativo, para falar de Lajeado? E tem uma outra razão que a razão dos monopolistas desconhece. O dinheiro que é distribuído para os pequenos veículos do interior, será reinvestido no local onde habitam seus proprietários. É a comunidade que sai no lucro. É a isso que me refiro…

Eu fui assinante de revistas e jornais (Istoé Senhor, Visão, Veja, Folha de São Paulo, Zero Hora) mas me considerava não só desinformado mas ofendido pelas meias verdades que publicavam. Recebia informações com um único viés, a dos donos. Hoje não assino porra nenhuma e me considero melhor informado sobre o que está acontecendo. Aliás, hoje, os veículos que assinei no passado, só têm uma serventia; indicarem o caminho que devo evitar. Esse jornalismo ranheta que sobe encima das tamancas para pregar moral de cueca está com os dias contados. Ainda sobrevive porque uma ex-funcionária concedeu ao ex(?)-patrão as senhas do Sistema Guardião. Essa promiscuidade está com os dias contados. Agora imagine se a senha também fosse dada aos jornais do interior, às blogs?! Será que O Informativo, de Lajeado, não teria denunciado o uso do Sistema Guardião pelo conterrâneo Ricardo Lied, que perseguia Fernando Schimitt, político do Vale do Taquari?!

A única informação relevante trazida pelo funcionário da Folha é de que existe pelo menos 5.297 veículos espalhados pelo Brasil que merecem crédito. A democracia também se dá pela pluralidade de veículos. Ao bater contra a pluralidade, a Folha demonstra porque investe como pittbull contra um simples site, que tripudiava encima das diabruras da folha, o Falha de São Paulo.

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