4 de dez. de 2010

O esgoto que ainda não vazou

Sintomático. Os documentos dados a conhecer, pela Wikileaks, chegaram ao público por vias pouco usuais. A internet. No Brasil, há uma campanha sistemática da velha mídia os políticos velhacos, contra a internet. O Estadão já fez campanha caríssima contra os blogs. José Serra, o ícone do atraso, depois do fracasso de público do show da bolinha de papel montado com o apoio do Instituto Millenium, tachou os blogs, do alto de seu obscurantismo, de sujos. Nem seus parceiros, Opus Dei & TFP, com o medievalismo tacanho que os caracteriza, ousaram tanto. Todos os membros que fazem parte da facção Instituto Millenium já manifestaram por escrito, de forma implícita ou explícita, o ódio visceral aos blogs independentes.

Não é só sintomático. Foi clara a opção da Wikileaks em negar aos jurássicos grupos midiáticos o privilégio da exclusividade. Ou pelo menos, se tiveram a oportunidade, não a usaram. O que só confirmaria que são instituições anacrônicas, bananas que já deram cacho.

ANJ na oposição. Sempre! Graças a Deus!

A grande Obra da facção Instituto Millenium!A Folha de São Paulo, por exemplo, na sexta 03/12/2010, fez uma confissão estarrecedora ou, no mínimo, esclarecedora. Se vangloriou em manchete que foi menos Serrista que Estadão e Globo. É como se Elias Maluco se gabasse de ser menos traficante do que Fernandinho Beira-Mar. Argumento de jumento é assim: - Eu sou, mas quem não é?! A liberdade de imprensa, que tão cara parece ser aos membros da facção Instituto Millenium, é solenemente atacada quando os próprios intere$$es estão a perigo. Como na Máfia, a funcionária da Folha de São Paulo, Judith Brito, aquela que declarou que a empresa de seu patrão, por falta de uma oposição mais organizada, fazia o papel de oposição, também preside a Associação Nacional de Jornais – ANJ. Pois não é que a Folha investiu contra outra empresa jornalística, que edita O Dia e Valor Econômico! Crime, ter participação de capital não nacional. Ué, mas eles não são a favor da globalização? Sim, globalização no dos outros é refresco! Convenhamos, a falta de caráter desta gente é comovedor!

Todo santo dia acesso na internet os principais jornais em espanhol, inglês, francês e italiano e em todos as matérias parecem terem saído das oficinas do Instituto Millenium. As versões ganham sempre o mesmo viés. A escolha dos assuntos, aqueles que vão ser divulgados e aqueles que serão silenciados, também são paridas pelas mesmas cabeças siamesas. É assim no mundo, é assim aqui na Província de São Pedro. Por exemplo, até hoje a RBS deve uma reportagem esclarecedora a respeito de seu papel (ou o que fazia com as senhas?) no uso do sistema Guardião. Aquele sistema que, na gestão de sua ex-funcionária, espionava até crianças. Pela RBS, sabemos quando o Chávez dá um pum, mas se quiséssemos saber sobre os casos de corrupção no governo Yeda, tínhamos de esperar por alguém de fora da província.

Paraíso…. Fiscal

O que aconteceria se houvesse uma quebra gigantesca do sigilo bancário da CIA? As fofocas das embaixadas americanas seriam café pequeno diante do que seria revelado ao mundo. O que só prova que vivemos numa grande caixa-preta. Falta muita transparência a este mundo. E um dia virá a tona. Não necessariamente através da Wikileaks.  

A Suíça se locupletou por dezenas de anos com o tal de sigilo bancário. Qualquer corrupto, de qualquer parte do mundo, inclusive do Brasil, homiziava uma continha na Suíça. Na ditadura militar brasileira, a influência política do sujeito era medida pelo tamanho da conta depositada naquele lupanário. Lá, as coisas já vem mudando. Mas falta muito. Muita gente que faz a cabeça de Luiz Carlos Prates, que já leu muitos livros (contábeis, iguais aos de boca-de-fumo, com menos credibilidade que livro de bicheiro) nunca esteve em Santorini, mas já esteve nas Ilhas Jersey. Os patrões dele também já estão nas Ilhas Cayman, uma espécie de cocô gigante que boia no Caribe. É o mais próximo que chegam de Cuba… As familias Sirotsky, Marinho, Mesquita, Civita & Frias, hoje têm mais interesse para a arqueologia do que para a informação. O que seriam deles se houvesse um vazamento de contas movimentadas em algumas ilhas espalhadas pelo mundo?

A religião do Instituto Millenium, como outras por aí, também promete  o Paraíso…. Fiscal!

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