22 de jun. de 2004

Leonel Brizola (1922 - 2004)

AS POMBAS

Vai-se a primeira pomba despertada ...
Vai-se outra mais ... mais outra ... enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada ...

E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...

Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;

No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...

Raimundo Correa (1860 - 1911)




Vão-se os Políticos, ficam os políticos. Vai a coerência, ficam as incoerências. Quanto injustiça! Vai-se Brizola, sobram Malufs, Lulas, e Éfe Agás...
O único problema do Brizola foi cercar-se de políticos da pior espécie que, ao se venderem, diminuiam Brizola. Para tão poucos o ditado "Homem que se vende já recebe mais do que vale" se adequa tão bem quanto aos políticos que viviam a sua sombra.

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